terça-feira, 1 de novembro de 2011

Hoje

Amor da minha vida. Eu escrevo procurando você. Se tu fosses de se esconder atrás de virgulas eu já teria meu coração batendo contigo. Eu te quero nas frases mais felizes. Aquelas frases!! Ahh como eu as amo! Amor eu poderia te ter no impresso. No papel. Mas sangro no papel a esperança. Sangro um perdão também. Infelizmente eu vou destruir a alegria que essa carta começou. Dizendo que eu sangro o perdão à mim, por não ter te procurado muito mais do que procurei. O entregador de pizza chegou e não me perdoo por ele ter que vir nessa chuva me entregar essa pizza, caso eu não houvesse pedido ele não viria, venderia menos, ganharia menos. Mas eu nem lembraria dele nessa noite chuvosa e finalmente dormiria em paz. MAs agora como posso dormir em paz sabendo que ele esta nessa chuva? Nesse frio? Rodando pra cima e pra todos os lados, tendo uma família em casa preocupada com ele, e os filhinhos dele? Sentiriam saudade do pai sobre duas rodas? Ah, não! Vida e suas injustiças! Certamente ele poderia ter investido em uma vida melhor, tempos atrás, mas não fez. Mas eu também poderia não ter feito. O meu pai também não. É tudo tão incerto! Acredita?
Mas nisso tudo há o amor, que salva o ser humano, que arrebata a imaginação, e entrelaça o corpo inteiro numa vida de sonhos, de fantasia e do divino palpitar da vida desejada. No amor as motos não arriscam vidas.
Falei desses momentos aqui, pela primeira vez. E no mesmo dia senti uma tristeza enorme, por falarem de mim e não saberem que falavam de mim! Falavam porém muito mau de mim. E eu participando da conversa não me defendia. Ficava neutro, paralisado! Esse foi o máximo que pude fazer. Não pude me identificar e dizer: Esse sou eu! Isso sou eu. E falavam, falavam. Diziam mau, pisavam no que sou e eu escutava o samba e dizia de mim pra mim. Passei o resto do dia mau com isso. Triste e pesaroso. Dormi a tarde pra ver se alegre ficaria depois de acordar. Mas aqui estou eu de novo, pronto pra voltar a dormir e triste como um travesseiro que passa o dia todo no mesmo lugar, serve demais pra vida e ninguém o identifica como nada a mais que um travesseiro. Ninguem comenta no trabalho sobre o travesseiro! Comentam sobre a noite, o sono, o relógio, o ônibus. Mas sobre o travesseiro? Ele fica muitas vezes no mesmíssimo lugar. AS vezes, às vezes é levado até a poltrona. Mas é travesseiro, e não muda as coisas da sua vida útil de travesseiro, até que retiram sua espuma e encaminham para outra serventia. E jamais se lembraram dele como travesseiro.

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