quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Convites


Tenho pouco dinheiro. Tenho dois convites. São pessoas bacanas. Ele me desprezou uma vez. Praticamente me pisou! Foi um absurdo o que ele fez! E agora? Eu volto lá em toda minha carência de amigos e volto a dizer pra mim que está tudo bem. Perdoo? Perdoar é bonito mas é desumano, visto que maltrata o nosso ego. Nos faz alguém muito inferior a quem somos. E o que dizer dela? O que dizer dela que me deu as costas enquanto conversávamos em grupo. Teria ela receio do que os outros pensavam? Emfim, eu me magoei com aquilo, eu fiquei triste, eu fiquei só, e parado. Eu não a quis mais por perto durante um tempo, e depois voltei a ficar por perto. Costumo perdoar muito, pois minha carência é mareada demais pra o lago do meu orgulho.
Viajei por alguns lugares e percebi que é ótimo receber uma ligação dizendo que sente sua falta. É melhor do que tudo na viajem. É o melhor da viagem. Bonito é abrir a janela e ver um dia de chuva. O bonito da vida é aprender da solidão que a companhia pode ser superficial, mas a solidão é veraz até o último minuto, até na ligação a longa distância.
Sinto falta e depois acostumo. Acostumo a tal ponto que eu protejo meu alicerce de saudade e o castelo de independência se torna um objeto imperioso, do qual me orgulho profundamente. Mas isso acontece com muita raridade. Mas gosto quando acontece. Me faz bem que isso aconteça, entende? Eu mesmo, não quero sair mais com algumas pessoas, não quero sair com elas mais do que não quero com outras. Tempo atrás o meu maior problema era querer alguém pra sair, agora eu tenho, e não quero sair. Vida humana! Abelhas independentes se ferram, e eu independente ou não me ferro sempre. Me procuro em mim e só encontro azar. E com o fumo do meu passado eu acenderei expectativas que me levem a aceitar um desses convites e ir. Ir nunca foi uma boa opção, mas é a opção que me impulsiona pro futuro. Não sei o que será do amanhã se o ontem me pediu algo, que eu consegui e desprezei posteriormente. Eu tenho que viver o que eu corri atrás o que eu investi. Apesar dos investimentos não serem de qualidade suficiente. Frente ao passado essa é minha escolha, frente a mim mesmo seria diferente. Dentro de qualquer plano eu sou forte, dentro das próprias conquistas eu vivo titubeando. Eu vou e sentirei o que for necessário para me arrepender ou não. Pra voltar triste ou não. Dar amor e atenção é meu sobrenome, receber os mesmos é um apelido raramente usado.

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