sexta-feira, 20 de abril de 2012

Era pra ter morrido!

Com dois anos de idade eu tive a oportunidade de morrer. E eu quase morri, terminei não morrendo por que a minha mãe não deixou. Eu presumo a certos momentos de visão que foi um erro não ter morrido naquela época. Seria sim interessante ter morrido quando todos tinham excelentes impressões sobre mim, enquanto todo mundo me via de modo positivo como o garoto que aproveitava cada segundo da vida, que ria demais, abraçava muito, beijava quem tinha vontade e etc. Meus parentes iriam chorar bastante mas não tanto quanto choraram quando eu o decepcionei sem querer. Meus vizinhos sentiriam pesar, mas não tanto quanto o pesar que sentiram quando eu os decepcionei sem querer. Meus pais iriam sentir-se profundamente triste, mas infelizmente não tão triste quanto ficaram outro dia, quando eu os decepcionei sem nenhuma intenção. Depois que a minha mãe não me deixou morrer, ela não me deixou fazer mais uma porção de coisas, ela não me deixou correr muito na rua, não me deixou perder de ano na escola, nem xingar a professora, não me deixou ir até o fundo do mar, não me deixou ir comprar pão sozinho, nem deixou rasgar o boletim no final do ano. Eram coisas que eu precisava fazer? Não. Mas houve algo que eu precisava fazer, e ela não queria. Foi quando de uma vez eu decepcionei todo o resto do mundo que não chorou a minha morte à 18 anos atras (é... o tempo passou!). Ela me impediu, ela chorou, ela ficou alguns meses tristes. E eu precisava! Eu necessitava, meu corpo e coração pediam, meu coração batia suplicando que eu amasse alguém urgentemente! E por fim, eu amei!

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